Tuesday, February 5, 2013

Bomba em Paris



Nada de terrorismo. Gosto de bomba de chocolate, o vulgo eclair. Considero-me um especialista no assunto. E quando fui a Paris sem dúvida quis achar o Eclair perfeito.

Numa das nossas andanças fomos ao L'Opera. Na escadaria, uma bandinha de jovens tocava músicas de New Orleans misturadas com outros estilos. Tocaram inclusive uma música brasileira. Não eram muito afinados, os guris. A mais engraçada era a menina que tocava um bumbo e percussão, que se chacoalhava toda, pois ainda queria dançar. A boina na cabeça dava o pitoresco toque final.

Resolvemos então tomar um espresso no Cafe de la Paix, que fica ao lado do L'Opera. Logo fui à luta, procurando uma bomba no cardápio. Achei. DEZESSEIS EUROS!!!!!!!!! "Pera aí, sou turista, sim, mas não sou milionário, nem otário. Se eu comer essa bomba e não estiver boa, vai sair briga aqui". Resolvi não comer a dita cuja, fiquei no espresso mesmo. Não me importaria em ficar uns meses em Paris, mas não na cadeia.

No dia seguinte, estávamos andando em direção da Galleries Lafayette, na mesma área, quando de longe avistei o proverbial boteco - só que era um boteco de doces, não de birita. Algo me dizia que era ali. Meu instinto, meu faro, minha intuição, minha sensibilidade e décadas de experiência me diziam que seria ali que eu me deleitaria com a bomba dos meus sonhos.

E foi. Dois euros, ainda por cima.

Não tenho ideia do nome do lugar, mas se precisar voltar lá, volto. Só sei que ficava perto de um teatro onde tinha tocado, na noite anterior a banda Uriah Heep, uma das minhas prediletas nos anos 70, que julgava estar inativa há muito tempo.

Minha viagem a Paris certamente não foi em vão.

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