Monday, July 14, 2014

Lojas Marisa e seu cartão - o desconto que vira prejuízo

Em uma recente e rápida passagem pela cidade de São Paulo, minha esposa e eu passeávamos faceiramente na Rua Augusta, e ela, por incrível que pareça, viu algo que gostou na Lojas Marisa, uma cadeia que sempre detestou. Entramos na loja e ela resolveu comprar o artigo.

Fomos pagar, e aí a gentil caixa nos ofereceu o cartão da loja, com 10% de desconto. Disse que não, ela simpaticamente insistiu, e embora já tivesse tido problemas com um cartão de loja nos EUA, aceitei. Duas outras mocinhas, uma simpática, e a outra não tanto, nos atenderam num outro setor, o do crédito. Ficaram muito tempo conosco, parecia que eu estava comprando uma casa. Garantiram que tudo sairia "nos conformes".

Como não moro no Brasil, a conta iria para a casa da minha sogra. Esta nunca chegou. Por sorte, minha esposa teve que passar por SP novamente, um mês depois, por questões de doença na família, e resolveu ir na loja e pagar a conta que não chegava. Lá descobriu que apesar da demora para finalizar o cadastro, a "especialista em crédito" tinha anotado um endereço inexistente!!! Esta foi, obviamente, a razão de não receber a fatura.

Pois bem. Fatura paga, recibo na mão, papo encerrado. Adeus, Lojas Marisa.

E as Lojas Marisa continuam a ligar para a casa da minha sogra. Resolvi entrar no site, e enviei um email explicando toda situação. Nunca recebi resposta. Julguei o caso por encerrado.

E as Lojas Marisa continuam a ligar para a casa da minha sogra, ameaçando colocar meu nome no Serasa. Fizemos uma ligação, e uma gentil atendente ouviu o que tinha dizer. Ouviu, porém, acho que não compreendeu, ou fingiu que não entendeu. Disse que por ter sido paga com atraso, encargos no valor de 26,65 reais incidiam na fatura anterior, que fora paga. Ou seja, lá se foi pela janela o propalado desconto. Expliquei-lhe, mais uma vez, que quem tinha anotado o endereço errado fora a representante das Lojas Marisa.

Como uma autômata, continuou a falar enquanto eu falava. Disse que a culpa não era dela, etc e tal. Ora, sabia que a culpa não era dela, porém, se ela estava ali para me atender, resolver o problema, que me atendesse.

Daí a burra (só posso me referir a ela desta forma) me disse que eu poderia pagar no Banco Bradesco. Já tinha dito, mais de uma vez, que morava em Miami, e não ia ao Brasil com frequência. Cada coisa que lhe pedia, a resposta nada tinha a ver com a pergunta, parecia um papo de bêbados. Só ficou claro que quem estava errado era eu, e as Lojas Marisa, certa, apesar de todas evidências ao contrário. Detalhe, a tal fatura cobrando os encargos, após minha esposa pagar a primeira fatura e corrigir o endereço na loja, nunca fora enviada.

Por fim, já perdendo a paciência, pedi-lhe que me desse informações sobre como pagar pela internet, meu único recurso sem ter que alugar familiares ou amigos para pagar uma merreca de 27 reais. Ela me deixou esperando na linha, para piorar, com uma música horrível, que em vez de me acalmar, me deixou mais nervoso. 

Daí voltou á carga. Deu o CNPJ e nome da administradora de cartões, um código. e disse que assim podia pagar na Internet!!!   

Desisti com tanta burrice e incompetência. A gentil moçoila (sua grande virtude foi continuar educada, apesar de eu ter semi-rodado a baiana umas duas vezes, para ver se chamava sua atenção) simplesmente se esquecera de dar o número da conta, ou mesmo indicar qual era o banco.

Enfim, nada resolvido.

Na pior da hipóteses, a Lojas Marisa treina muito mal as moças que trabalham tanto nas lojas ou nos SAC. Educadinhas elas são, incompetentes e burras também!! Em boa dose.

Resta saber se não tem rolo por trás. Pois aqui nos EUA aconteceu a mesma coisa com um cartão da GAP.

Será que o ponto da coisa não é justamente anotar um endereço inexistente, para recuperar o desconto e ainda ganhar um troco em cima?

Em suma, Lojas Marisa nunca mais.

Monday, December 9, 2013

Dobro do preço, cinco vezes melhor

De modo geral, tendemos a achar que se algo tem o dobro do preço de um similar, a qualidade seria o dobro. Primeiro, é bem difícil quantificar qualidade numericamente. Os critérios são completamente subjetivos, pois o que agrada a um, não agrada a outro, etc, etc.

No que tange hoteis de Paris, posso dizer, com certo conhecimento de causa, que pelo dobro do preço de um hotel de uma certa faixa de preço você consegue quatro, cinco vezes mais qualidade, seja qual for o critério usado.

Se estiver viajando para esta linda cidade, lembre-se que hoteis que custam uns 150 dólares a noite não passam de pulgueiros. Podem estar em locais lindos, próximos da Torre Eifell, ao lado do metro, na rua Rivoli, porém, são pulgueiros. São inseguros ativa e passivamente, têm poucos ou quase nenhum funcionário, têm moveis velhos e no máximo, para enganar um pouco, uma TV a plasma e secador no banheiro.

Vejam só, me recomendaram um hotel próximo da Sorbonne, o Hotel de College de France, que custava somente 125 Euros por noite, incluindo direito  a um "romântico" terraço.

É verdade que a localização do hotel é boa, porém, esta é a única coisa que milita a seu favor. Pequeno,  o CDF tem aparência de hotel de beira de rodoviária brasileira, ou coisa pior! O elevador, é o esperado elevador caixa, no qual só cabe uma pessoa com bagagem e olhe lá. Não é necessário dizer que o porteiro também é o concierge, o segurança e manutenção, tudo ao mesmo tempo.

O quarto parecia mais um oitavo. O banheiro até que era razoável, recém reformado, porém, grudado na cama. Qualquer odor mais pungente produzido ali impregnava cada centímetro do resto do quarto. A ubíqua TV a plasma dava o único sinal de modernidade ao "oitavo", e o romântico terraço era uma piada de muito mau gosto e minimalismo, completado por um carpete que certamente já viu muitos verões.

Resolvi sair dali depois de três minutos no hotel. Pelo menos os caras foram razoavelmente decentes, e embora tenha reservado cinco noites, só paguei por duas, incluindo a noite que passamos lá. Contamos cada minuto que passava para sair dali. Consegui reservar quatro noites no delicioso Hotel Novotel Les Halles, somente pelo dobro do preço.

Dobro do preço, porém, cinco vezes melhor! Tudo novo no quarto espaçoso e bem projetado e decorado. Toilete separado da área de banho e afastado da cama, garantindo o bem estar olfativo dos ocupantes. Máquina de Nespresso no quarto (não cobraram pelo uso). Frigobar bem estocado. Móveis de bom gosto, banheira e chuveiro de primeira, com água quentinha. Armários espaçosos, travesseiros extras, sofazinho confortável, enfim, um senhor quarto. Como nem tudo é perfeito, o cofre não estava funcionando bem, porém, mandaram alguém resolver o assunto em menos de cinco minutos.

Diversos elevadores espaçosos, room service 24 horas por dia, bar aberto a noite inteira, seguranças além de atencioso pessoal de recepção, mini-academia, além de um suntuoso café da manhã, incluído na diária escolhida. E a área tão boa quanto à do CDF.

Enfim, fica aqui o aviso. Hoteis "charmosos" e baratinhos em Paris são moquifos.      

Sunday, December 8, 2013

Easyjet

Na minha mais recente viagem à Europa tive a minha primeira experiência com uma empresa aérea "low cost" local, a Easyjet.

Confesso que já ouvi muitas coisas ruins sobre tais empresas, e esperava o pior. Entendo que o seu "business model" consiste de facilitar a viagem a pessoas que viajam com pouca bagagem, o que nunca é meu caso e da minha esposa, pois gosto de comprar livros, muitos livros, que são pesados. A nossa viagem pela empresa se iniciaria em Veneza e terminaria em Paris. Entretanto, como a viagem de trem seria muito longa, e a única outra empresa que achei servindo a rota com voo direto era a Air France, que queria nada menos do que 700 Euros por passagem, decidi arriscar a Easyjet, cujas passagens custariam 50 e poucos Euros cada, além do adicional de bagagem. O bandito adiciona de bagagem.

Antes de ir para Veneza, fomos para Milão, onde comprei muitos livros de automobilismo. Já sabia que faria isso, por isso comprei peso adicional na Easyjet, que me permitiria viajar com 49 kg, ao todo. Acertei na mosca, pois ao checar a bagagem, nossas malas pesavam exatos 48,5 kg!

Tudo ocorreu sem percalços no check-in, até a hora do embarque. Eu estava com uma bagagem de mão e uma mochila nas costas, não cheia, porém com coisas importantes como minha camera. Minha esposa tinha uma bagagem de mão, e sua bolsa. Pois a mulher implicou com minha pequena mochila. Francamente, não entendo porque mulheres podem viajar com bolsas, e homens, não. Daí começou aquela discussão, efusivamente conduzida em italiano. A "donna" me explicava que ela não escrevia os regulamentos (como se eu não soubesse disso) e era assim que a Easyjet fazia as coisas, blá, blá, bla, e que minha mala de mão teria que ser despachada, e isto me custaria 55 Euros. Disse que não me importava em pagar, e no fim de tanta discussão, a mala foi despachada e não paguei nada. Terminou em pizza.

Não entendi porque não me deram esta informação no check-in, afinal de contas, era visível quantos volumes tínhamos. No final das contas, como eu já tinha quase atingido o limite de peso pago, foi melhor assim, pois despachar a tal mala de mão não me custou nada. O preço que cobram por kg no Aeroporto é 9 Euros, um tanto salgado. No site o preço por kg é bastante inferior.

Quanto ao voo, tudo normal, avião novo.  O voo saiu na hora, e chegou na hora. E as malas chegaram incólumes.

Eu viajaria de novo na Easyjet, obviamente em condições diferentes. Se você quer viajar pela Europa pela companhia, sugiro ter uma base numa cidade (preferivelmente onde fará mais compras, como Paris e Londres), deixar as bagagens pesadas lá, e viajar somente com o estritamente necessário. De qualquer forma, o tempo que economizamos viajando em avião de Veneza a Paris valeu a pena.

Friday, March 8, 2013

Londres e Paris, sempre maravilhosas


Chego à conclusão de que é muito melhor visitar certos países da Europa no inverno. Obviamente, não é o caso da Ucrânia ou norte da Suécia...
Foi minha primeira vez - visitamos Londres e Paris. Divertimo-nos muito.
É verdade que o frio não me assusta. Morei na área de Nova York quase trinta anos, portanto, estou bem acostumado com a falta de calor. Não que eu goste. Mas apesar de estar há tantos anos sem passar os rigores do inverno, morando em Miami, tirei de letra.
Além disso, não estava tão frio assim. Quase 10 graus centígrados. Diga-se de passagem, o dia antes de viajar foi o mais frio do ano em Miami, somente um pouquinho mais quente do que o dia da nossa chegada em Paris.
Graças ao bom Deus não nevou. assi, pudemos perambular à vontade, e a viagem de trem para Londres transcorreu sem problemas.
Essa época do ano é boa por duas razões. Os preços dos hoteis caem vertiginosamente, e há muitas liquidações de Natal. As liquidações desse ano foram incríveis, principalmente na Inglaterra, cujo varejo sentiu fortemente os efeitos da crise.
Quanto a hoteis você consegue barganhas incríveis. Para a chegada, fiz reservas no Le Grand Hotel, da rede Intercontinental, que fica a uns passos do Opera. A diária publicada do hotel é 760 Euros. Pois bem, consegui um quarto com vista para a Torre Eifell por 325 Euros. E que quarto!!! Tudo muito luxuoso, atendimento nota dez. Um frigobar super suprido, até TV brasileira os caras ofereciam (Record, acreditem ou não). Água superquente, banheiro novíssimo e bem equipado (principalmente para um hotel de 150 anos!), calefação a todo vapor. Aliás, você precisa controlar se não derrete. Roupões e chinelinhas para ele e para ela. Enfim, tudo muito bom.
De negativo, duas coisas que não fiz, portanto, não me afetaram. O café da manhã no quarto custava a bagatela de 49 Euros por pessoa!!! O quarto não oferecia Internet gratuita, algo que muitos hoteis simples oferecem na Europa. Este serviço custava 8 Euros por dia, que me pareceu absurdo!
O hotel fica há uns três quarteirões do humilde café que serve a melhor bomba de chocolate do mundo. Outra razão para ficar lá.
Em Londres também viz excelente negócio. Ficamos no Hotel Millennium, que fica em Mayfair, ao lado das embaixadas dos Estados Unidos, Canadá e Indonésia. Alguns podem achar que isso aumenta o perigo, mas a meu ver, ocorre justamente o contrário. A área era super-policiada, e muito segura. Devia ter até uns 25 agentes da CIA no quarteirão...
Não vi um único Vauxhall na vizinhança. De fato, os carros estacionados na rua eram Bentleys, Aston-Martins, Jaguars, Mercedes e Porsches.
O quarto era imenso, e a diária normal era de 450 Libras. Paguei 170 dólares! Com imposto, uns 200.
O pessoal era super atencioso, de novo um banheiro novíssimo e super equipado, frigo bar bem suprido. Cama imensa!
O engraçado foi o número imenso de canais árabes na TV. De fato, você podia escolher entre TV sudanesa, egípcia, marroquina, saudita, iemeni e iraquiana! Sem contar uma série de outros canais em árabe. Um deles só transmitia números musicais, e me deliciei com o mesmo. Depois conto detalhes.
Curiosamente, não vi um único hóspede aparentemente árabe no hotel!
Na volta a Paris, ficamos no Novotel em Les Halles. Foi de longe o pior hotel da viagem, mas também de longe muito superior aos outros hoteis em que me hospedei em Paris até hoje!!! Paguei uns 220 contos (dólares), incluindo café da manhã! O quarto era bem menor, porém bem equipado, com um bom e novíssimo banheiro. Não sou obcecado por banheiros. Mas quem viajou sabe que na Europa eles podem ser desastrosos. Aliás, minto, sou um pouco obcecado por banheiros, sim. Confesso mais este ponto fraco da minha personalidade.
O ponto alto do hotel era justamente o café da manhã. Que é isso!!! M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O.
O lobby e áreas comuns do hotel eram ótimas, e Les Halles é um lugar super charmoso, bem diferente do resto de Paris. Depois conto uma outra grata surpresa que tive no bairro.

Saturday, March 2, 2013

A nova American Airlines - não tenho certeza se gosto

Pelo menos assim penso do programa de fidelidade, AAdvantage.

Sempre gostei do programa de fidelidade AAdvantage. Premiação generosa, site fácil de gerenciar e usar, sem muitas regras e enganações. As regras eram cumpridas e sempre que desejei marcar uma viagem com o programa, tive sucesso.

Em comparação, programas de outras empresas, como o da nossa querida TAM, são um verdadeiro desastre. Milhas que se dissolvem como água no Saara, um volume estúpido de pontos necessários para obter qualquer tipo de premiação que valha a pena, são algumas das características do programa de fidelidade da empresa brasileira. Somente executivos que viajam 30 vezes por ano ganham alguma coisa.

De modo geral, as passagens da AA têm sido muito caras nos EUA nos últimos 8 anos. Assim, geralmente acumulo milhas em minhas viagens a Europa e outros locais, e uso-as em viagens para o Brasil.

Foi exatamente o que tentei fazer hoje, com maus resultados.

Primeiro, o novo site do AAdvantage é difícil de navegar. Bonitinho, mas ordinário. Não gostei. Sei que um dia acostumo, mas até pessoas amputadas um dia se acostumam com a falta da perna. Acostumar não significa boa qualidade.

Daí, me dei conta de que as datas em que pretendia viajar, a inicial estava no OffPeak, a volta, no Peak. Achava que iria gastar somente 40 mil milhas, porém, me dei conta de que precisaria de 60. Regras são regras, e aceito-as, e tinha os pontos.

Comecei a buscar voos para as datas que desejava, e o site me deu um mundo de opções, inclusive estapafúrdias conexões. No meio destas, achei três voos diretos de Miami para São Paulo.

Para minha desagradável surpresa, o site então recalculou a necessidade de milhas, dizendo que nas datas pretendidas (sem nenhum feriado), eu precisaria de 125 mil milhas por perna!!! Isto para viajar espremido na classe econômica com um monte de crianças chorando e gente conversando a altos brados a noite inteira! Conclui que os voos deveriam estar cheios, lotados de sacoleiros ávidos por espalhar suas muamba Brasil afora, dai a necessidade de maior pontuação. Lei da oferta e procura.

Fulo da vida, desisti da empreitada. Chamamos para uma agência especializada em Brasil, e achamos passagens  por 925 dólares, na TAM. Daí, como bom ex-cientista, resolvi fazer um teste, e procurar o preço pela American. Para minha grande surpresa, os preços da AA só estavam 30 dólares mais caros, e havia muito espaço nos voos!!!!!!!!!!!!!!!!

Resolvi ainda assim viajar pela American, pois acho que vou conseguir usar as milhas em alguma viagem para um lugar legal.

Fica aqui um recado para a AA. Não uso o cartão de crédito da AA, nem tampouco minha fidelidade à AA não se deve a outro fato, senão o acúmulo de milhas. E não acumulo milhas para obter assinaturas de revistas, mandar flores para qualquer lugar, nem tampouco viajar para lugares maravilhosos como San Pedro Sula ou Guaiaquil.

Se o programa  AAdvantage ficar igual ao programa de Fidelidade da TAM, a American pode esquecer minha fidelidade. Viajo em qualquer companhia.

Wednesday, February 6, 2013

Impressões de Paris II - a Coincidência


Adoram dizer que todo francês é antipático, que maltrata os turistas, etc. O que vi em Paris 2009 é exatamente o contrário. Em todos os lugares que entrei, era atendido com um sorridente bonjour, ao passo que nos EUA, ouvir good morning ou good afternoon é uma grande raridade. Até mesmo no supostamente simpático Brasil, cumprimentar uma pessoa na chegada é uma exceção, e não a regra.

Ocorre que eu e minha esposa falamos francês, e isso faz toda diferença. Temos que entender que até alguns anos atrás o francês, e não o inglês, era o idioma internacional, idioma que unia a diplomacia, cultura e nobreza do mundo, a até mesmo o mundo dos negócios. Falava-se francês não somente na corte brasileira, como até na corte inglesa, em Londres, berço da língua que superou o idioma gálico. Ou seja, existe um pouco de ressentimento, principalmente em relação aqueles que procuram falar inglês na França. Para mim, isto é normal.

Vez por outra, aparecia algum garçom ou lojista mal humorado. Encontramos um no primeiro lugar em que comemos, um café do outro lado da rua do museu do Rodin. O cara simplesmente está de mal com a vida.

Ás vezes aparecia um mais sarcástico, e num caso, um piadista.

Era aniversário da minha esposa, e queria ir a um restaurante diferente. Achei um que supostamente servia cassoulet, e fomos para lá, em St. Germain. Logo de cara o garçom começou com piadinhas. Não sou de engrossar, mas estava começando a ficar incomodado. O cara era um pouco espaçoso para meu gosto.

No meio das piadas, descobriu que somos brasileiros. Daí veio a pergunta inevitável, em que cidade vocês vivem. Dissemos que não moramos no Brasil, e sim em Miami Beach.

Surpresa das surpresas, o garçom nos diz que seu irmão também mora em Miami Beach, e começa a escrever o endereço. O irmão mora no número 920 da nossa rua, e nós moramos no 900. O irmão do espaçoso garçom é nosso vizinho!!

Bastou para superar a má impressão inicial. Ficamos de procurar seu irmão, e o garçom até nos ofereceu alugar seu apartamento parisiense por um mês, por 1000 euros!

Dica, se quiser visitar Paris, aprenda pelo menos o básico em francês. Vale a pena.

Por que não visitar Miami Beach


Sei que no imaginário do brasileiro, Miami Beach é uma coisa imperdível. A novela America só fez aumentar o ibope da cidade do sul da Florida.

Ocorre que nem tudo é tão lindo, colorido e amistoso na bela cidade Art Deco. Principalmente se você decidir alugar um carro e dirigir.

Isto por que provavelmente é o pior local do mundo para você estar munido de transporte individual. Não é por causa do trânsito, mas sim, por causa de estacionamento.

A cidade é pequena, e francamente não está equipada para receber o número de visitantes que aqui passam por ano. As convenções e teatros só pioram a coisa, trazendo gente de outras cidades vizinhas, portanto, sexta-feira e sábado a noite devem ser evitados, pois você não encontra estacionamento em nenhum dos estacionamentos públicos operados pela prefeitura. Quem sabe, encontre lugar nos mais caros próximos da Alton.

O pior mesmo são os guinchos. Não são guinchos oficiais da prefeitura, não. São duas empresas particulares que abusam do direito de guinchar e a polícia não faz nada!!! Por ano, mais de 12.000 carros são guinchados por essas duas empresas, isso numa cidade de 60.000 pessoas. Façam as contas.

Se você quer ser roubado, alugue um carro e estacione no estacionamento de uma loja.

Se você cair na besteira de não ir direto ao estacionamento ao sair da loja seu carro poderá ser guinchado, e a brincadeira custa até 225 dólares. E muitas vezes, mesmo que você tenha ido somente á loja que supostamente tem o estacionamento para os seus clientes, e a nenhum outro estabelecimento, não estão nem aí. Levam o carro, e não adianta reclamar á polícia, pois eles também não estão nem aí. Não é loja que chama o guincho - os próprios caras da empresa de guincho ficam espreitando esperando um otário, como batedores de carteira á busca de um freguês.

Das duas uma. Fique na cidade, mas não alugue carro, pois você terá dor de cabeça, na certa, se alugar. Ou então, nem venha. Há diversas outras cidades na Flórida que administram seus estacionamentos de uma forma mais decente.

A não ser que você não se importe de gastar as 225 doletas. Se estiver sobrando, mande para mim.