Monday, December 9, 2013

Dobro do preço, cinco vezes melhor

De modo geral, tendemos a achar que se algo tem o dobro do preço de um similar, a qualidade seria o dobro. Primeiro, é bem difícil quantificar qualidade numericamente. Os critérios são completamente subjetivos, pois o que agrada a um, não agrada a outro, etc, etc.

No que tange hoteis de Paris, posso dizer, com certo conhecimento de causa, que pelo dobro do preço de um hotel de uma certa faixa de preço você consegue quatro, cinco vezes mais qualidade, seja qual for o critério usado.

Se estiver viajando para esta linda cidade, lembre-se que hoteis que custam uns 150 dólares a noite não passam de pulgueiros. Podem estar em locais lindos, próximos da Torre Eifell, ao lado do metro, na rua Rivoli, porém, são pulgueiros. São inseguros ativa e passivamente, têm poucos ou quase nenhum funcionário, têm moveis velhos e no máximo, para enganar um pouco, uma TV a plasma e secador no banheiro.

Vejam só, me recomendaram um hotel próximo da Sorbonne, o Hotel de College de France, que custava somente 125 Euros por noite, incluindo direito  a um "romântico" terraço.

É verdade que a localização do hotel é boa, porém, esta é a única coisa que milita a seu favor. Pequeno,  o CDF tem aparência de hotel de beira de rodoviária brasileira, ou coisa pior! O elevador, é o esperado elevador caixa, no qual só cabe uma pessoa com bagagem e olhe lá. Não é necessário dizer que o porteiro também é o concierge, o segurança e manutenção, tudo ao mesmo tempo.

O quarto parecia mais um oitavo. O banheiro até que era razoável, recém reformado, porém, grudado na cama. Qualquer odor mais pungente produzido ali impregnava cada centímetro do resto do quarto. A ubíqua TV a plasma dava o único sinal de modernidade ao "oitavo", e o romântico terraço era uma piada de muito mau gosto e minimalismo, completado por um carpete que certamente já viu muitos verões.

Resolvi sair dali depois de três minutos no hotel. Pelo menos os caras foram razoavelmente decentes, e embora tenha reservado cinco noites, só paguei por duas, incluindo a noite que passamos lá. Contamos cada minuto que passava para sair dali. Consegui reservar quatro noites no delicioso Hotel Novotel Les Halles, somente pelo dobro do preço.

Dobro do preço, porém, cinco vezes melhor! Tudo novo no quarto espaçoso e bem projetado e decorado. Toilete separado da área de banho e afastado da cama, garantindo o bem estar olfativo dos ocupantes. Máquina de Nespresso no quarto (não cobraram pelo uso). Frigobar bem estocado. Móveis de bom gosto, banheira e chuveiro de primeira, com água quentinha. Armários espaçosos, travesseiros extras, sofazinho confortável, enfim, um senhor quarto. Como nem tudo é perfeito, o cofre não estava funcionando bem, porém, mandaram alguém resolver o assunto em menos de cinco minutos.

Diversos elevadores espaçosos, room service 24 horas por dia, bar aberto a noite inteira, seguranças além de atencioso pessoal de recepção, mini-academia, além de um suntuoso café da manhã, incluído na diária escolhida. E a área tão boa quanto à do CDF.

Enfim, fica aqui o aviso. Hoteis "charmosos" e baratinhos em Paris são moquifos.      

Sunday, December 8, 2013

Easyjet

Na minha mais recente viagem à Europa tive a minha primeira experiência com uma empresa aérea "low cost" local, a Easyjet.

Confesso que já ouvi muitas coisas ruins sobre tais empresas, e esperava o pior. Entendo que o seu "business model" consiste de facilitar a viagem a pessoas que viajam com pouca bagagem, o que nunca é meu caso e da minha esposa, pois gosto de comprar livros, muitos livros, que são pesados. A nossa viagem pela empresa se iniciaria em Veneza e terminaria em Paris. Entretanto, como a viagem de trem seria muito longa, e a única outra empresa que achei servindo a rota com voo direto era a Air France, que queria nada menos do que 700 Euros por passagem, decidi arriscar a Easyjet, cujas passagens custariam 50 e poucos Euros cada, além do adicional de bagagem. O bandito adiciona de bagagem.

Antes de ir para Veneza, fomos para Milão, onde comprei muitos livros de automobilismo. Já sabia que faria isso, por isso comprei peso adicional na Easyjet, que me permitiria viajar com 49 kg, ao todo. Acertei na mosca, pois ao checar a bagagem, nossas malas pesavam exatos 48,5 kg!

Tudo ocorreu sem percalços no check-in, até a hora do embarque. Eu estava com uma bagagem de mão e uma mochila nas costas, não cheia, porém com coisas importantes como minha camera. Minha esposa tinha uma bagagem de mão, e sua bolsa. Pois a mulher implicou com minha pequena mochila. Francamente, não entendo porque mulheres podem viajar com bolsas, e homens, não. Daí começou aquela discussão, efusivamente conduzida em italiano. A "donna" me explicava que ela não escrevia os regulamentos (como se eu não soubesse disso) e era assim que a Easyjet fazia as coisas, blá, blá, bla, e que minha mala de mão teria que ser despachada, e isto me custaria 55 Euros. Disse que não me importava em pagar, e no fim de tanta discussão, a mala foi despachada e não paguei nada. Terminou em pizza.

Não entendi porque não me deram esta informação no check-in, afinal de contas, era visível quantos volumes tínhamos. No final das contas, como eu já tinha quase atingido o limite de peso pago, foi melhor assim, pois despachar a tal mala de mão não me custou nada. O preço que cobram por kg no Aeroporto é 9 Euros, um tanto salgado. No site o preço por kg é bastante inferior.

Quanto ao voo, tudo normal, avião novo.  O voo saiu na hora, e chegou na hora. E as malas chegaram incólumes.

Eu viajaria de novo na Easyjet, obviamente em condições diferentes. Se você quer viajar pela Europa pela companhia, sugiro ter uma base numa cidade (preferivelmente onde fará mais compras, como Paris e Londres), deixar as bagagens pesadas lá, e viajar somente com o estritamente necessário. De qualquer forma, o tempo que economizamos viajando em avião de Veneza a Paris valeu a pena.